O planeta Marte perdeu grande parte de sua atmosfera original, mas a parte que ficou permanece bem ativa, indicam recentes descobertas feitas pelo rover Curiosity da NASA. Os membros da equipe do rover relataram diversas descobertas hoje, na Assembleia Geral da União de Geociências Europeia de 2013 em Viena.
Evidências se fortaleceram nesse mês de que Marte perdeu muito de sua atmosfera original pelo processo de escape de gás desde o topo de sua atmosfera.
O instrumento Sample Analysis at Mars, ou SAM do rover Curiosity analisou uma amostra da atmosfera na última semana usando um processo que concentra gases selecionados. Os resultados forneceram as medidas mais precisas já feitas de isótopos de argônio na atmosfera marciana. Os isótopos são variantes de um mesmo elemento com diferentes pesos atômicos. “Nós encontramos a mais clara e mais robusta assinatura da perda atmosférica em Marte”, disse Sushil Altreya, um co-pesquisador do SAM na Universidade de Michigan em Ann Arbor.
O instrumento SAM descobriu que a atmosfera marciana tem aproximadamente quatro vezes mais isótopos estáveis de argônio-36 se comparado com o mais pesado argônio-38. Isso remove a incerteza anterior sobre a razão na atmosfera marciana das medidas feitas em 1976 do projeto Viking da NASA e de pequenos volumes de argônio extraídos de meteoritos marcianos. A razão é muito menor do que a razão original do Sistema Solar, como estimada pelas medidas de isótopo de argônio do Sol e de Júpiter. Isso aponta para um processo em Marte que favorece a perda preferencial de isótopos mais leve sobre os mais pesados.
O rover Curiosity mediu algumas variáveis na atmosfera marciana atual com o instrumento conhecido como Rover Environmental Monitoring Station, ou REMS, fornecido pela Espanha. Enquanto as temperaturas diárias do ar se elevaram constantemente desde que as medidas começaram oito meses atrás que não está fortemente ligado à localização do rover, a humidade diferiu de forma significante em diferentes locais ao longo da rota do rover. Essas são as primeiras medidas sistemáticas feitas da humidade em Marte.
Trilhas das chamadas dust devils não foram vistas dentro da Cratera Gale, mas os sensores do instrumento REMS detectaram muitos padrões de redemoinhos durante os primeiros cem dias da missão em Marte, apesar de não terem sido detectados tantos quanto os detectados no mesmo intervalo de tempo em missões anteriores. “Um redemoinho é um evento muito rápido que acontece em alguns segundos e deve ser verificada por uma combinação de pressão, temperatura e oscilações no vento e em alguns casos na diminuição da radiação ultravioleta”, disse o principal pesquisador do REMS Jávier Gómez-Elvira do Centro de Aastrobiología de Madrid.
A poeira distribuída pelo vento tem sido examinada pelo instrumento Chemistry and Camera (ChemCam). Pulsos iniciais de laser enviados pelo instrumento em cada alvo atingiu a poeira. A energia do laser removeu a poeira e expôs material subjacente, mas esses pulsos iniciais também forneceram informação sobre a poeira.
“Nós sabemos que Marte é vermelho devido ao óxido de ferro presente na peoria”, disse o principal pesquisador do ChemCam Sylvestre Maurice do Institut de Recherche em Astrophysique et Planétologie em Toulouse na França. “O ChemCam revelou uma composição química complexa da poeira que inclui hidrogênio, que poderia estar na forma de grupos de hidroxila ou moléculas de água”.
Possível intercâmbio das moléculas entre a atmosfera e o solo é estudado por uma combinação de instrumentos no rover, incluindo o Dynamic Albedo Neutrons (DAN), fornecido pela Rússia sob a liderança do principal pesquisador do DAN, Igor Mitrofanov.
Pelo resto do mês de Abril de 2013, o rover Curiosity realizará atividades diárias para as quais os comandos foram enviados em Março, usando o DAN, o REMS, e o Radiation Assessment Detector (RAD). Nenhum comando novo está sendo enviado durante o período de quatro semanas pelo qual Marte estará passando quase que atrás do Sol, desde a perspectiva da Terra. Essa geometria ocorre aproximadamente a cada 26 meses e é chamada de conjunção solar de Marte.
“Após a conjunção, o Curiosity irá perfurar um novo furo em outra rocha onde o rover está agora, mas esse alvo ainda não foi selecionado. A equipe de ciência discutirá esse alvo durante o período de conjunção”, disse John Grotzinger Cientista do Mars Science Laboratory Project, do Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena.
O Mars Science Laboratory Project da NASA está usando o rover Curiosity para investigar a história ambiental dentro da Cratera Gale, um local onde o projeto tem encontrado que as condições foram a muito tempo atrás favoráveis para o desenvolvimento da vida microbiana. O rover Curiosity carrega 10 instrumentos científicos, ele pousou em Agosto de 2012 dando início à sua missão primária de dois anos. O Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, uma divisão do Caltech em Pasadena, gerencia o projeto para o Science Mission Directorate da NASA em Washington.
Para mais informação sobre a missão visite: http://www.jpl.nasa.gov/msl , http://www.nasa.gov/msl e http://mars.jpl.nasa.gov/msl . Você pode seguir a missão no Facebook e no Twitter em: http://www.facebook.com/marscuriosity e http://www.twitter.com/marscuriosity .
Fonte:
http://www.jpl.nasa.gov/news/news.php?release=2013-127&cid=release_2013-127