A estrela Betelgeuse pode estar se movendo em direcção a uma parede de poeira suspensa no espaço por uma linha de campo magnético galáctico, mostram as observações feitas com o Observatório Espacial Herschel.
Novas imagens em infravermelho da estrela supergigante vermelha, que localiza-se no ombro de Orion, mostram uma série de arcos empoeirados se expandindo para longe da Betelgeuse. Os arcos são um testemunho da história turbulenta da estrela, que ejeta grandes quantidades de matéria desde sua superfície instável. Mais perto da estrela, os arcos tornam-se assimétricos, possivelmente devido a ejecções não observadas de bolhas convectivas que têm sua origem na fotosfera da estrela.
Os arcos formam uma onda de choque, enquanto a Betelgeuse viaja através do meio interestelar a uma velocidade de 30 km/s. Em seu caminho existe uma feição misteriosa, uma aparente parede reta de gás e poeira onde a onda de choque colidirá daqui a aproximadamente 5000 anos, e onde a estrela Betelgeuse propriamente dita colidirá daqui a aproximadamente 17500 anos.
Uma possibilidade é que a parede é a borda de uma nuvem molecular de gás que está sendo iluminada pela Betelgeuse. Outra possibilidade é que a parede indique uma linha de campo magnético que é parte do imenso campo magnético galáctico que preenche toda a Via Láctea.
“Medidas do campo magnético ainda são raras”, disse Leen Decin da Universidade de Leuven na Bélgica. Tentativas de se medir esse campo envolvem o conhecimento de como a luz da estrela é polarizada pelos grãos de poeira interestelar que estão alinhados no campo magnético. “A única coisa que nós podemos dizer é que medidas de polarização óptica na direcção da Betelgeuse mostram que a posição do campo interestelar local é consistente com a posição da barra linear”, disse Decin.
Qualquer que seja sua origem, quando a Betelgeuse e seus arcos colidirem com a parede, essa colisão causará um brilho tanto na onda de choque como na parede, algo que os astrônomos do futuro poderão acompanhar de camarote.
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