Vocês lembram a época quando Júpiter só tinha 16 satélites? Ou quando o único planeta extra-solar conhecido era na verdade um trio que orbitava um distante e somente meia dúzia desses planetas tinham sido descobertos? Ou quando o único impacto em Júpiter visto por astrônomos (ou o efeito do impacto) foram os impactos dos pedaços do Shoemaker-Levy 9 em 1994? eu lembro sim. Algumas vezes na ciência, uma vez que uma descoberta é feita ou que uma observação é feita ela desencadeia uma corrente. No caso das luas dos planetas gigantes gasosos, primeiro uma nova lua foi descoberta além de Calisto em 1999, então outra, então outra em Saturno e até onde sabemos, tanto Júpiter como Saturno possuem mais de 60 luas conhecidas. O mesmo acontece para os planetas extra-solares, já foram encontrados tantos que eles são meramente parte de uma estatística para a equipe que trabalha com o telescópio Kepler. Em Julho de 2009, astrônomos amadores encontraram locais de impacto em Júpiter, locais esses que foram formados após um asteróide ter atingido o hemisfério sul do planeta. Então em 3 de Junho de 2010 os astrônomos Anthony Wesley e Cristopher Go observaram um impacto na atmosfera superior do planeta, impacto esse que desapareceu antes que pudesse marcar pode definitivo o maior planeta do Sistema Solar.
Então na última sexta-feira 20 de Agosto de 2010 às 18:22 UTC (Sábado pela manhã no Japão), o astrônomo japonês Masayuki Tachikawa detectou um brilho óptico provavelmente causado pelo impacto de um meteoro na alta atmosfera de Júpiter, para fazer as imagens ele usou uma Philips Toucam Pro2 USB acoplada a sue telescópio. O impacto é o primeiro observado sobre o hemisfério norte de Júpiter, ocorrido na borda do Cinturão Equatorial Norte pouco a leste da longitude da Grande Mancha Vermelha. Aqui reuni uma série de imagens e os vídeos disponíveis sobre esse impacto. O relatório observacional original sobre a observação do brilho em Júpiter pode ser encontrado aqui: http://alpo-j.asahikawa-med.ac.jp/kk10/j100820r.htm
Da maneira como andam as coisas daqui a pouco relatos como esse serão parte de outra estatística que será usada para determinar o atual fluxo de impactos no sistema de Júpiter, mas enquanto isso não acontece vamos nos deliciar com essa descoberta e com as lindas imagens que ela proporciona.
[youtube width=”739″ height=”615″]http://www.youtube.com/watch?v=jIkr86xKcwQ[/youtube]
Fontes:
http://www.planetary.org/blog/article/00002631/
http://www.skyandtelescope.com/observing/highlights/101264994.html