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22 de novembro de 2024

A Família Adams na Lua

Imagem da sonda Clementine (esquerda) desde o Map-A-Planet e da sonda LRO desde o QuickMap.

Um estranho raio de um lado Sol na imagem publicada ontem (http://cienctec.com.br/wordpress/index.php/ainda-no-limbo-da-lua/) chamou atenção de todos e por isso merece um post especial. Como apontado no post anterior o vasto raio se estende da cratera com anel brilhante e assoalho plano a oeste da cratera Adams. A cratera é a Adams B, que é incomum por sua forma decididamente elíptica com dimensões de 27 x 38 km e aproximadamente 3 km de profundidade. O raio é tão largo quanto o eixo maior da Adams B e se estende de forma perpendicular dela por aproximadamente 150 km e então afina continuando até mais distante. Não se sabe de outro raio de um lado só em outras crateras na Lua. O que imediatamente vem à mente é ângulo bem oblíquo de impacto com uma asa de borboleta a 90 graus do eixo alongado. Essa pode ser a explicação exceto pelo fato de não existir evidência para um raio para sudeste. A imagem detalhada da sonda LRO revela uma cratera recente, já que seu brilhante anel indica que ela nova mesmo sendo observada da Terra, com um platô plano no lado direito de seu assoalho. Observando essa região na ferramenta QuickMap (imagem abaixo) mostra a unidade com um material derretido mais grosso com grande granulação onde ela muda de uma superfície suave para uma textura mais rugosa. Na imagem do QuickMap olhe para a área coberta de raio para nordeste da Adams B. Com o Sol mais baixo da imagem LRO, o raio não é visível como uma feição de albedo mas ele corresponde a uma superfície levemente topograficamente muda, como se ela tivesse uma profundidade maior de material do que os raios normais. A Adams B é definitivamente uma feição que deve ser investigada com cuidado. É possível notar ainda os raios apagados ao redor, e o pico central da cratera Palitzsch B na parte central superior da imagem da sonda Clemetine. Parece que essa poderia ser uma cratera de impacto oblíquo, mas com um ângulo mais alto para que os raios sejam visíveis em todos os lados exceto a sudeste.

Fonte:

http://lpod.wikispaces.com/December+4%2C+2012

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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