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24 de novembro de 2024

A Cratera Cardanus – Inclinada, Fraturada e Empoeirada

As vezes nós deixamos passar alguns detalhes das crateras da Lua. A cratera mostrada acima em detalhe é Cardanus, e com essa imagem podemos olhar para ela de forma detalhada. A cratera localiza-se ao longo da costa oeste do Oceanus Procellarum, famosa por ser a cratera mais ao sul das duas crateras unidas por uma cadeia de crateras que provavelmente não possuem relação entre elas. A imagem acima mostra três canais significantes cortando o assoalho, fazendo assim da cratera uma chamada cratera de assoalho fraturado. Se olharmos para a imagem utilizada na ferramenta QuickMap, mostrada abaixo, pode-se ver dois depósitos escuros. Esses depósitos são unidades piroclásticas associados com as aberturas nomeadas de V1 e V2. A V3, é uma terceira abertura que aparentemente tem sido parcialmente coberta pelo material, que deslizou pela parede da cratera. Entre as aberturas V1 e V2, localizadas ao longo da borda do assoalho, é uma série estranhas de colinas que parecem estar sendo cortada por uma fratura. Assim é como ela parece nessa escala, mas dando um zoom nas imagens de resolução mais altas, pode-se ver ela como uma linha de pedaços brilhantes de rochas, e a altimetria mostra sua borda arredondada, dezenas de metros mais baixa no seu lado leste. Pelo fato das duas aberturas estarem ao longo /perto dessa cadeia curva ela precisa também ser uma falha que fornece um duto para o magma rico em gás alcançar a superfície. O assoalho plano da cratera, com a borda fraturada parece estar inclinado como o que acontece com a Posidonius ou com a Daniell. Com o fraturamento no leste, esperava-se que esse lado fosse mais algo, mas o lado oeste parece ser centenas de metros mais alto. Talvez esse soerguimento de uma cratera de assoalho fraturado seja mais complexo do que os modelos simples que temos desenhado para ela.

Fonte:

http://lpod.wikispaces.com/October+8%2C+2012

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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