A imagem acima retrata uma bela visão da galáxia NGC 7090, como é observada pelo Telescópio Espacial Hubble das Agências Espaciais NASA e ESA. A galáxia é vista de lado da Terra, significando que não podemos ver facilmente os braços espirais, que estão cheios de estrelas jovens e quentes.
Contudo, nossa visão lateral da galáxia, nos mostra o disco da mesma e o bulbo central, onde normalmente um grande grupo de estrelas velhas e frias estão empacotadas numa região esferoidal. Além disso, existem duas interessantes feições presentes na imagem que chamam nossa atenção.
Primeiro, nós podemos distinguir um complicado padrão de regiões vermelhas rosadas por toda a galáxia. Isso indica a presença de nuvens de gás hidrogênio. Essas estruturas traçam a localização das regiões onde as estrelas estão se formando, isso nada mais é que uma confirmação visual dos recentes estudos que classificam a NGC 7090 como uma galáxia de ativa formação de estrelas.
Em segundo lugar, nós podemos observar linhas de poeira, apresentadas como regiões escuras dentro do disco da galáxia. Na NGC 7090, essas regiões estão na sua maior parte localizadas na metade inferior da galáxia, mostrando uma complicada estrutura formada por filamentos. Olhando de fora através de todo o disco, a luz emitida da parte brilhante e central da galáxia é absorvida pela poeira, que marca a silhueta das regiões empoeiradas contra a luz brilhante das estrelas em segundo plano.
A poeira na nossa galáxia, a Via Láctea, tem sido um dos piores inimigos dos astrônomos observacionais por décadas. Mas isso não significa que essas regiões são pontos cegos no céu. Em comprimentos de onda do infravermelho, comprimentos de onda ligeiramente maiores que os da luz visível, essa poeira é bem transparente e os astrônomos são capazes de estudar o que elas realmente escondem. Em comprimentos de onda ainda maiores, utilizados pela rádio astronomia, a poeira propriamente dita pode ser verdadeiramente observada deixando com que os astrônomos estudem sua estrutura e suas propriedades e as relações entre as nuvens de poeira e a formação de estrelas.
Localizada na constelação do sul de Indus, O Índio, a NGC 7090 está a uma distância aproximada de 30 milhões de anos-luz do Sol. O astrônomo John Herschel foi o primeiro a observar essa galáxia em 4 de Outubro de 1834.
A imagem acima foi feita usando o Wide Field Channel da Advanced Camera for Surveys que viaja a bordo do Telescópio Espacial Hubble e combina a luz laranja (colorida aqui em azul), a luz infravermelha (colorida em vermelho) e emissões do gás hidrogênio brilhante (também colorida em vermelho).
Fonte:
http://www.spacetelescope.org/images/potw1237a/