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23 de novembro de 2024

Cientistas Encontram Poeira na Capsula Hayabusa

A Agência de Exploração Aeroespacial Japonesa anunciou que encontraram partículas dentro da capsula da missão Hayabusa que supostamente recolheu amostras da superfície do asteróide Itokawa em 2005.

Os oficiais dizem que eles não sabem ainda se as partículas são poeiras do asteróide ou se o material tem origem terrestre e estava no espaço interplanetário.

O retorno da capsula do Hayabusa voltou a Terra em 13 de Junho de 2010 caindo de para-quedas no deserto de Outback na Austrália, encerrando a missão de 7 anos e de quatro bilhões de milhas através do sistema solar. A missão cumpriu o primeiro sobrevôo em um asteróide.

A capsula que tem 16 polegadas de largura retornou intacta e foi devolvida ao Japão onde chegou no dia 18 de Junho de 2010 para análises em Sagamihara, próximo a Tóquio.

Uma análise rápida de raios-X mostrou que dentro do recipiente não existiam sinais de partículas maiores que 1 mm ou aproximadamente 1/25 polegadas. Os técnicos também mediram emissões de gás provenientes da capsula.

A agência japonesa JAXA confirmou a presença de partículas de poeira, anúncio esse que só veio após os técnicos terem aberto o recipiente.


A poeira pode ter vindo mesmo do asteróide Itokawa, do espaço interplanetário, ou poderia até ser uma poeira terrestre que contaminou o recipiente antes do lançamento ou após o pouso.

Somente uma análise detalhada do material poderá determinar de forma clara sua origem, disseram os oficiais da JAXA.

Os oficiais ainda dizem que essa confirmação pode ser feita antes dos cientistas provarem se as amostras foram mesmo coletadas na superfície do Itokawa uma rocha em forma de batata um pouco maior que um quarteirão de uma cidade.

Os pesquisadores planejam usar microscópio e espectrômetro para calcular o tamanho, identificar a origem e a química das amostras.

O Hayabusa foi desenvolvido para coletar amostras usando para isso um projétil que é disparado na rocha ou seja, na superfície do asteróide, e então coleta o material enquanto que a sonda faz o seu rápido pouso para coletar o recipiente cheio de amostras.

Porém problemas sempre acontecem e nesse caso o sistema todo apresentou um mal funcionamento durante duas tentativas em Novembro de 2005. Assim o Hayabusa fez um pouso inesperado no asteróide 30 minutos depois da primeira tentativa.

Uma segunda corrida de amostragem foi mais suave, mas os engenheiros da missão falaram que o projétil nunca foi disparado, colocando em dúvida o objetivo principal da missão.

Apesar dos problemas, os gerentes de missão cultivam a esperança de que algumas partículas do asteróide tenham entrado na câmara da sonda, durante o processo de pouso e decolagem no asteróide.

Fonte:

http://www.spaceflightnow.com/news/n1007/06hayabusa/

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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