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23 de novembro de 2024

Camadas de Rochas de Tonalidade Clara nas Regiões de Arabia e East Xanthe em Marte


As bandas observadas nessa imagem foram interpretadas com base em imagens MOC como sendo acamamentos. Um objetivo crítico dessa observação é fornecer pontos de comparação com a cobertura de resolução completa da HiRISE e com o espectro infravermelho obtido pelo instrumento CRISM dos afloramentos de rochas de tonalidade clara em outras áreas da região de Mawrth Vallis em Marte.

O terreno escuro na parte terminal norte da imagem, mostrado abaixo, é altamente povoado com crateras e elas estão ali na superfície há muito mais tempo do que o terreno brilhante no resto da imagem. Mas o que esse terreno mais velho e altamente povoado por crateras indica?

O terreno escuro parece ser mais alto em elevação, o que em um terreno em camadas normalmente significa que ele é na verdade mais novo do que o terreno brilhante, isso porque as camadas inferiores são depositadas primeiro. Uma possibilidade é que o terreno brilhante parece ser coberto com um material mais escuro também, mas esse material mais escuro foi removido, revelando as camadas mais brilhantes e o terreno abaixo. Se esse é o caso, então o terreno baixo brilhante poderia na verdade ser mais velho e ter menos crateras somente porque ele foi exposto para a superfície mais recentemente. Pistas para isso são pequenos nós dispostos através do terreno brilhante que poderia ser uma parte remanescente de uma topografia mais elevada, mostrados abaixo.

Da mesma forma, os pedaços maiores de circular para oval, ou verdadeiras “ilhas” de material escuro suave dentro do material brilhante são também mais elevados. Esses retalhos podem ser antigas crateras de impacto, que tiveram o terreno escuro removido por erosão mas o interior das paredes das crateras ou algum outro processo protegeu o terreno escuro ali da erosão. Esse terreno é chamado de, terreno com topografia invertida, pois uma depressão de uma cratera que uma vez ficou vazia e mais baixa foi preenchida e o material fora da cratera foi removido enquanto que o material dentro não, produzindo assim um relevo oposto àquele da paisagem original.

Fonte:

http://hirise.lpl.arizona.edu/ESP_020732_2000


Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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