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21 de dezembro de 2024

Conjunção Planetária Sobre o Paranal no Chile

O embaixador fotográfico do ESO Gerhard Hüdepohl, registrou outra cena celeste rara.

Na manhã do dia 1 de Maio de 2011, uma hora antes do Sol nascer, cinco dos oito planetas do Sistema Solar que conseguimos ver e a Lua puderam ser vistos desde o Paranal. Os quatro planetas no céu eram Mercúrio, Vênus, Marte e Júpiter, e eles se juntaram à Lua crescente para criar essa bela oportunidade de uma foto de uma conjunção planetária, que é definida quando dois ou mais corpos celestes ficam próximos no céu quando são vistos desde a Terra.

Nessa foto o brilho  Lua crescente é causado pelo Sol (que está um pouco abaixo do horizonte), enquanto que a parte mais escura recebe somente a luz que é refletida pela superfície da Terra. Vênus é o planeta mais alto e mais brilhante, com Mercúrio logo abaixo e a direita. Júpiter se apresenta diretamente abaixo de Vênus mas muito mais próximo do horizonte. Marte por sua vez, pode ser visto um pouco abaixo de Júpiter, a separação no céu foi de menos de meio grau. O quinto planeta na foto, lógico  é a Terra, que está num ponto de vista privilegiado para poder observar tal alinhamento cósmico.

Essa visão do Cerro Paranal mostra algumas montanhas próximas e alguns picos mais distantes do Deserto de Atacama, um dos lugares mais secos do planeta. Três telescópio auxiliares chamados de Auxiliary Telescopes de 1.8 metros de diâmetro que pertencem ao Very Large Telescope do ESO têm suas silhuetas mostradas contra o plano de fundo. À direita do AT mais a esquerda está o Cerro Armazones, local de instalação do futuro European Extremely Large Telescope (E-ELT). O Cerro Armazones fica a apenas 20 km do Paranal. Entre os ATs à direita está o distante vulcão Llullillaco, que fica na divisa entre o Chile e a Argentina. Ele fica a uma distância de 190 km do Cerro Armazones, mas devido às condições atmosféricas excepcionais do Deserto do Atacama é possível se ter uma visão nítida dele apesar da grande distância. Essas condições logicamente também ajudam a região a ser considerada o melhor local do mundo para observações astronômicas.

Fonte:

http://www.eso.org/public/images/potw1118a/

 

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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