No dia 2 de Junho de 2016 comemora-se os 50 anos do pousou suave da sonda Surveyor 1 na Lua, um pouso que praticamente abriu os caminhos para a missão Apollo que alguns anos depois pousou o homem na Lua.
Na época não se tinha a menor ideia de como era o solo lunar, se ele aguentaria as naves da missão Apollo, sem ceder, se ele era macio para se ancorar a nave. Todas essas eram questões que martelavam as cabeças de todos aqueles envolvidos no programa espacial.
A primeira sonda a se chocar com a Lua foi a nave soviética Luna 2. Os americanos mandaram várias sondas no programa Ranger, até que a Ranger 7 conseguiu cumprir com sucesso a sua missão enviando para a Terra 4300 imagens de alta resolução durante os 17 minutos finais de seu voo em 1964. A União Soviética conseguiu pousar suavemente na Lua antes que os americanos. Já em Fevereiro de 1966 o programa Lunar Orbiter enviou sondas para a Lua que fotografaram e mapearam o nosso satélite natural entre os anos de 1966 e 1967.
Mas foi em 2 de Junho de 1966 que a sonda Surveyor pousou suavemente na Lua e a partir de então começou a responder a todas aquelas questões sobre o nosso satélite e pavimentando assim o caminho para a missão Apollo.
O fato de sairmos de naves que caiam na Lua com airbags para um pouso suave, foi um grande passo, pois colocou em prova todo um sistema de direção, navegação e imageamento, tudo isso executado pela primeira vez pela sonda Surveyor 1.
Depois de muitos problemas ocorridos com as sondas do programa Ranger, existia um receio muito grande de se pousar em outro objeto. A Surveyor 1 não entrou na órbita da Lua, ela foi mandada numa trajetória direta a uma velocidade de 9700 km/h. Seus retrofoguetes teriam então que funcionar no momento e da maneira certa, além da comunicação com a Terra ter que ser perfeita. E para a sorte de todo o programa lunar norte-americano, tudo correu como esperado e planejado.
A Surveyor 1 pousou perto da cratera Flamsteed, uma cratera com 21 km de largura dentro do Oceanus Procellarum, o maior mar de basalto da Lua. As primeiras fotos foram espetaculares, mas não foram fáceis de serem feitas, lembre-se, estamos falando aqui do final da década de 1960.
A Surveyor 1 pôde investigar as propriedades físicas próximas ao local de pouso e entender os riscos e desafios de pousar os astronautas na Lua.
As imagens feitas dos 3 apoios da Surveyor 1 mostraram que o pouso suave na Lua, não só era possível como a nave não iria afundar (como pensavam muitos pesquisadores na época), pois a superfície era firme.
A Surveyor 1 ficou ativa por 6 meses e mandou para a Terra 11240 imagens de alta resolução onde era possível estudar crateras com 1 mm de diâmetro.
Depois da Surveyor 1, a Surveyor 3 levou uma pá onde pôde escavar a superfície lunar e a Surveyor 7 completou as operações na Lua em Fevereiro de 1968, 10 meses antes da Apollo 8 orbitar a Lua e pouco mais de um ano antes do pouso da Apollo 11.
Muitas das coisas feitas pela Surveyor 1 são repetidas hoje, em Marte, por exemplo, e muitas etapas dessa fase inicial da exploração espacial também. Quando o homem pousar em Marte, certamente todas essas missões serão lembradas com o seu grau de contribuição.
Fonte:
http://www.nasa.gov/feature/jpl/fifty-years-of-moon-dust-surveyor-1-was-a-pathfinder-for-apollo