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23 de dezembro de 2024

50 Anos da Surveyor 1 – Space Today TV Ep.266

Surveyor I-16

No dia 2 de Junho de 2016 comemora-se os 50 anos do pousou suave da sonda Surveyor 1 na Lua, um pouso que praticamente abriu os caminhos para a missão Apollo que alguns anos depois pousou o homem na Lua.

Na época não se tinha a menor ideia de como era o solo lunar, se ele aguentaria as naves da missão Apollo, sem ceder, se ele era macio para se ancorar  a nave. Todas essas eram questões que martelavam as cabeças de todos aqueles envolvidos no programa espacial.

A primeira sonda a se chocar com a Lua foi a nave soviética Luna 2. Os americanos mandaram várias sondas no programa Ranger, até que a Ranger 7 conseguiu cumprir com sucesso a sua missão enviando para a Terra 4300 imagens de alta resolução durante os 17 minutos finais de seu voo em 1964. A União Soviética conseguiu pousar suavemente na Lua antes que os americanos. Já em Fevereiro de 1966 o programa Lunar Orbiter enviou sondas para a Lua que fotografaram e mapearam o nosso satélite natural entre os anos de 1966 e 1967.

Mas foi em 2 de Junho de 1966 que a sonda Surveyor pousou suavemente na Lua e a partir de então começou a responder a todas aquelas questões sobre o nosso satélite e pavimentando assim o caminho para a missão Apollo.

O fato de sairmos de naves que caiam na Lua com airbags para um pouso suave, foi um grande passo, pois colocou em prova todo um sistema de direção, navegação e imageamento, tudo isso executado pela primeira vez pela sonda Surveyor 1.

Surveyor_NASA_lunar_lander

Depois de muitos problemas ocorridos com as sondas do programa Ranger, existia um receio muito grande de se pousar em outro objeto. A Surveyor 1 não entrou na órbita da Lua, ela foi mandada numa trajetória direta a uma velocidade de 9700 km/h. Seus retrofoguetes teriam então que funcionar no momento e da maneira certa, além da comunicação com a Terra ter que ser perfeita. E para a sorte de todo o programa lunar norte-americano, tudo correu como esperado e planejado.

A Surveyor 1 pousou perto da cratera Flamsteed, uma cratera com 21 km de largura dentro do Oceanus Procellarum, o maior mar de basalto da Lua. As primeiras fotos foram espetaculares, mas não foram fáceis de serem feitas, lembre-se, estamos falando aqui do final da década de 1960.

A Surveyor 1 pôde investigar as propriedades físicas próximas ao local de pouso e entender os riscos e desafios de pousar os astronautas na Lua.

As imagens feitas dos 3 apoios da Surveyor 1 mostraram que o pouso suave na Lua, não só era possível como a nave não iria afundar (como pensavam muitos pesquisadores na época), pois a superfície era firme.

A Surveyor 1 ficou ativa por 6 meses e mandou para a Terra 11240 imagens de alta resolução onde era possível estudar crateras com 1 mm de diâmetro.

Depois da Surveyor 1, a Surveyor 3 levou uma pá onde pôde escavar a superfície lunar e a Surveyor 7 completou as operações na Lua em Fevereiro de 1968, 10 meses antes da Apollo 8 orbitar a Lua e pouco mais de um ano antes do pouso da Apollo 11.

Muitas das coisas feitas pela Surveyor 1 são repetidas hoje, em Marte, por exemplo, e muitas etapas dessa fase inicial da exploração espacial também. Quando o homem pousar em Marte, certamente todas essas missões serão lembradas com o seu grau de contribuição.

Fonte:

http://www.nasa.gov/feature/jpl/fifty-years-of-moon-dust-surveyor-1-was-a-pathfinder-for-apollo

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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