Mais de 12 bilhões de anos de história cósmica foram apresentados no encontro da Sociedade Astronômica Americana, por meio de uma imagem panorâmica, colorida e que mostra milhares de galáxias em vários estágios de vida.
Essa imagem foi feita pelo Telescópio Espacial Hubble da NASA, e foi gerada a partir de mosaicos feitos em Setembro e Outubro de 2009, com a nova Câmera de Campo Amplo 3 (WFC3) e com a Câmera de Pesquisa Avançada (ACS) instalada em 2004. A imagem cobre uma porção do campo sul do senso cósmico chamado de Great Observatories Origins Deep Survey (GOODS), um estudo do céu profundo feito por vários observatórios com o objetivo de traçar a evolução das galáxias.
A imagem final combina uma grande variação de cores, e de comprimentos de onda, desde o ultravioleta, passando pela luz visível até o infravermelho próximo. Essa detalhada e multicolorida visão do universo nunca tinha sido antes vista em conjunto com esse nível de detalhe, precisão, clareza e profundidade.
A resolução fina do Hubble e a nova versatilidade para apresentar as cores, produzida pela combinação de dados das duas câmeras, está permitindo aos astrônomos pesquisar e identificar os vários estágios da formação das galáxias. A imagem revela formas de galáxias que parecem mais caóticas em épocas mais recentes, quando as galáxias já cresceram, e sofreram colisões e fusões. A variedade das galáxias observadas vai desde as maduras espirais e elípticas num plano posterior até as menores, mais apagadas e de formas irregulares, muitas dessas localizadas a grandes distâncias. Essas galáxias menores são consideradas como os blocos de fundação das galáxias maiores vistas hoje.
Os astrônomos estão usando esse panorama multicolorido para traçar muitos detalhes da evolução das galáxias no tempo cósmico, incluindo a taxa de formação de estrelas nas galáxias, a taxa das ocorrências de fusões entre as galáxias e a abundância de núcleos ativos de galáxias.
A imagem mostra uma rica tapeçaria com 7500 galáxias passeando por toda a história do universo. As galáxias mais próximas vistas num plano posterior emitiram sua luz observada hoje a bilhões de anos atrás. Já as galáxias mais distantes vistas no plano de fundo, muitas delas muito apagadas, emitiram sua luz a mais de 13 bilhões de anos atrás, ou apenas 650 milhões de anos após o Big Bang. Esse mosaico cobre uma área do espaço que é igual a um terço do diâmetro da lua cheia (10 minutos de arco).
A nova imagem feita pelo Hubble destaca uma grande variedade dos estágios de evolução das galáxias. A luz ultravioleta obtida pela WFC3 mostra o brilho azul de estrelas jovens quentes mostrando galáxias que apresentam formação de estrelas. A luz laranja, revela o estágio final de massivas galáxias entre 8 e 10 bilhões de anos atrás. A luz do infravermelho próximo mostra o vermelho de galáxias muito distantes em alguns casos com 12 a 13 bilhões de anos, o comprimento de onda do infravermelho se deve a expansão do universo.
Nessa época de utilização ambiciosa do Hubble, os astrônomos utilizaram 100 órbitas do telescópio para fazer as imagens usando a ACS e 104 órbitas para fazer as imagens com a WFC3. Como resultado, uma imagem impressionante que mostra galáxias com magnitude 27.
Fontes:
http://sciencenow.sciencemag.org/cgi/content/full/2010/105/2?etoc
http://hubblesite.org/newscenter/archive/releases/2010/01/image/a/
http://spacefellowship.com/news/art17695/galaxy-history-revealed-in-colorful-hubble-view.html