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Grande Mancha Vermelha de Júpiter está Ficando mais Alta à Medida que Encolhe

 

 

Por Ned Oliveira

Cientistas notaram que a Grande Mancha Vermelha de Júpiter tem diminuído ao longo do tempo. Novas evidências dizem que a tempestade está ficando mais alta, e mais laranja, à medida que encolhe.

A Grande Mancha Vermelha de Júpiter já foi grande o suficiente para engolir três Terras com espaço de sobra.

Mas os cientistas dizem que a enorme tempestade está encolhendo há um século e meio. Ninguém tem certeza de quanto tempo a tempestade gigantesca continuará a se contrair, ou se desaparecerá completamente.

O estudo confirma que a tempestade tem diminuído em comprimento desde 1878 e é grande o suficiente para acomodar apenas uma Terra neste ponto. Mas o registro histórico indica que a área do local cresceu temporariamente na década de 1920.

Como a tempestade está se contraindo, os pesquisadores esperavam encontrar os ventos internos, já poderosos, tornando-se ainda mais fortes, como uma patinadora de gelo que gira mais rápido ao puxar seus braços. Mas em vez de girar mais rápido, a tempestade parece ser forçada a se esticar, como a argila sendo moldada na roda de um oleiro.

A mudança de altura da Grande Mancha Vermelha, é pequena em relação à área que a tempestade cobre, mas ainda assim perceptível, dizem os pesquisadores.

A cor da Grande Mancha Vermelha também se aprofundou, tornando-se intensamente alaranjada desde 2014.

Os pesquisadores não sabem ao certo por que isso está acontecendo, mas dizem que é possível que as substâncias químicas que colorem a tempestade estejam sendo levadas para a atmosfera à medida que o local se estende.

Em altitudes mais elevadas, os produtos químicos seriam submetidos a mais radiação UV e assumiriam uma cor mais profunda.

Comparação gráfica mostrando como a Grande Mancha Vermelha de Júpiter encolheu nos últimos 125 anos. Imagem via: Damian Peach / Universe Today.

As observações de Júpiter remontam a séculos, mas a primeira observação confirmada da Grande Mancha Vermelha ocorreu em 1831.

Desde então, os observadores conseguiram medir o tamanho e a deriva da Grande Mancha Vermelha, montando seus telescópios com uma ocular pontuada com retículas. Um registro contínuo de pelo menos uma observação deste tipo por ano desde 1878.

Para o estudo atual, os pesquisadores utilizaram este arquivo de observações históricas e os combinaram com dados das espaçonaves da NASA, começando com as duas missões Voyager em 1979.

O grupo também se baseou em uma série de observações anuais de Júpiter que os membros da equipe vem conduzindo com o Telescópio Espacial Hubble da NASA como parte do projeto Outland Planets Atmospheres Legacy, ou OPAL.

A equipe traçou a evolução da Grande Mancha Vermelha, analisando seu tamanho, forma, cor e taxa de desvio.

Eles também observaram as velocidades internas do vento da tempestade.

Créditos das imagens: NASA

Fonte: https://www.nasa.gov/feature/goddard/2018/jupiters-great-red-spot-getting-taller-as-it-shrinks

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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