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Hoje está fazendo um mês que as primeiras imagens científicas do James Webb foram divulgadas, um mês intenso para os astrônomos.
Dentre as 4 primeiras imagens divulgadas, sem dúvida alguma a que mais causou espanto e a que mais está sendo vasculhada até hoje e certamente continuará por muitos anos, é a imagem do Campo Profundo do James Webb, do aglomerado de galáxias SMACS 0723.
Essa imagem foi a primeira apresentada pelo Biden no dia 11 e depois apresentada novamente com mais detalhes no dia 12 de julho de 2022.
Desde então, essa imagem vem proporcionando aos astrônomos a possibilidade de investigar as profundezas do universo como nunca antes na história da astronomia.
E logo nos primeiros dias, vários recordes já foram quebrados, a galáxia mais distante, estrelas muito distantes, e por aí vai.
Só o recorde de galáxia mais distante, já foi quebrado umas 3 ou 4 vezes, ou até mais, dependendo.
Mas agora depois dessa primeira impressão avassaladora da imagem do campo profundo do James Webb, os astrônomos estão parando, respirando e começando a analisar com mais calma tudo isso.
À medida que o tempo está passando esse campo profundo, e seus objetos estão sendo estudados por outros telescópios e alguns resultados estão sendo reavaliados.
Um desses casos é o da galáxia CEERS-DSFG-1, ela foi observada no campo profundo do James Webb, e foi calculado um Z entre 17 e 18, isso a coloca como uma das galáxias mais distantes já observadas, talvez a mais distante, a 220 milhões de anos após o Big Bang.
Mas um estudo recente mostrou que essa galáxia na verdade pode estar muito mais perto de nós.
Essa galáxia é altamente empoeirada, e essa grande quantidade de poeira faz com que a galáxia apareça bem mais avermelhada do que ela é na verdade, e se ela é muito vermelha, quando se calcula o redshift, ele dá um valor muito alto na casa dos 17/18.
Mas quando a galáxia é observada através de outros comprimentos de onda, como por exemplo, o submilimétrico é possível tirar esse efeito da poeira e calcular o seu redshift real.
E com isso, essa galáxia em questão na verdade tem um redshift de 5, o que a coloca a 1.3 bilhão de anos após o Big Bang, muito mais próxima do que a estimativa inicial.
Na verdade os pesquisadores descobriram que existe uma aglomeração de galáxias próxima dela, e com isso conseguiram descobrir algo interessante, embora essa galáxia não esteja tão distante como mostrado, ela faz parte de um aglomerado de galáxias em formação, o que também é muito importante para os astrônomos.
Além desse caso, já saíram outros artigos em pre-print ainda mostrando uma revisão de algumas distâncias de galáxias primeiramente identificadas como sendo com elevado Z.
Nesse outro caso não foi usado outro instrumento ainda, mas sim calibrações posteriores da NIRCam, isso é um problema com os dados iniciais do James Webb, e que se deve teer um cuidado extra no processamento das imagens, mas que já está sendo considerado.
Desse modo, algumas galáxias tiveram suas distâncias atualizadas.
A GLASS-Z13 continua sendo a mais distante com algumas outras candidatas.
Isso é muito normal de acontecer, e na verdade é assim que a ciência funciona, vamos continuar esperando novos dados do James Webb, e como foi dito desde o início, esse campo profundo será revisitado algumas outras vezes permitindo novas análises desses dados.
Fo só o primeiro mês dos 20 anos de atividade do James Webb!!!
Fontes:
https://arxiv.org/pdf/2208.01816.pdf
https://arxiv.org/pdf/2207.11217.pdf
#JAMESWEBB #SPACETELESCOPE #UNFOLDTHEUNIVERSE
