A Lua é um objeto fascinante para se observar através de qualquer telescópio, de qualquer tamanho. Sua superfície é coberta de profundas crateras, bacias preenchidas com lava, montanhas e todos os tipos de feições geológicas. Entre essas feições estão determinados tipos de fraturas na superfície lunar, conhecidas como rilles – uma palavra derivada do alemão para sulcos (vales). A maior parte dos rilles (também chamados de rimae) acredita-se tenham cerca de 3.6 bilhões de anos. Eles aparecem disfarçados de várias maneiras e podem ser classificados basicamente em três tipos.
Os vales sinuosos parecem como se fossem esculpidos por um rio meandrante. Isso não é algo muito distante da verdade, exceto pelo fato de que o rio não é de água e sim de lava. Acredita-se que a lava que uma vez fluiu abaixo da superfície da Lua criou tubos. Um impacto de meteoro, por exemplo, poderia fazer com que esse tubo, muito tempo depois da lava ter desaparecido, colapsasse.
Vales arqueados aparecem como arcos, ou partes de círculos concêntricos dentro de uma bacia lunar. Acredita-se que eles tenham se formado quando a lava que preenchia a bacia se esfriou e contraiu. O pedaço de lava pesado no meio da bacia afundou um pouco, fazendo com que esses rilles aparecessem na borda das bacias.
Vales retos, como o nome já sugere, aparecem como verdadeiras estradas lineares na superfície lunar. Na maioria das vezes esses são grabens, ou seja, regiões da superfície lunar que caíram entre duas linhas de falhas paralelas.
Esse post é o primeiro de uma pequena série que começarei aqui no blog, sobre os Vales Escondidos da Lua. Vamos passear por alguns dos mais importantes vales lunares e tentar entender como eles foram formados, além de obter uma tabela com suas principais características físicas. Fiquem ligados a partir da semana que vem vamos começar nossa viagem por essas impressionantes feições lunares.
