Essa fotografia feita por um astronauta a bordo da Estação Espacial Internacional destaca a parte frontal da Geleira Upsala (49.88°S, 73.3°W), no lado argentino do Campo de Gelo da Patagônia do Norte. O fluxo de gelo nessa geleira vem do norte (direita nessa imagem rotacionada). As linhas escuras de detritos rochosos (morainas) dentro do gelo dão um senso do fluxo de gelo lento da direita para a esquerda.
Uma geleira lateral menor, se junta à Upsala na frente de gelo atual – a parede de onde massas de gelo periodicamente colapsam dentro do Lago Argentino. Nessa imagem, a frente de gelo de 2.7 quilômetros de largura gera uma fina e escura sombra. A superfície do Lago Argentino é esbranquiçada pela massa de detritos de um recente colapso da parede de gelo. Icebergs maiores aparecem como pontos brancos na superfície do lago na parte esquerda da imagem.
Dados de sensoriamento remoto, incluindo imagens de astronautas, têm sido registrados da frente de gelo durante anos. Uma comparação dessa imagem de Outubro de 2013 com dados mais velhos (Janeiro de 2004 e Janeiro de 2001, bem como com dados de Outubro de 2009), indicam que a frente de gelo se moveu para trás, por aproximadamente 3 quilômetros. Essa retração, acreditam os cientistas, indicam o aquecimento do clima nessa parte da América do Sul. O aquecimento não somente faz com que a massa de gelo sofra uma retração, mas também afine. Um estudo de 63 geleiras feito por Rignot et al, tem mostrado que essa é uma tendência geral na Patagônia.
A cor da água no Lago Argentino é relacionada ao fluxo da geleira. O lago recebe a maior parte do gelo da geleira e então recebe a maior parte da rocha esfarelada – rochas do solo que ficam brancas pela queda de gelo raspando contra a rocha no assoalho do vale. O esfarelamento glacial dá ao lago uma tonalidade cinza esverdeada nessa imagem. A cor azul escura dos lagos menores (parte inferior da imagem) indica que eles estão recebendo muito menos rocha esfarelada.
Essa imagem foi feita no dia 2 de Outubro de 2013, com uma câmera digital Nikon D3 usando uma lente de 300 mm, e foi fornecida pela tripulação da ISS para o experimento Earth Observations and Image Science & Analysis Laboratory, no Johnson Space Center. Essa imagem foi cortada e realçada para melhorar o contraste, e os artefatos causados pela lente foram removidos.
Fonte:
http://www.nasa.gov/content/upsala-glacier-retreat/#.UngVHPk_tbU
