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FÓSSIL CÓSMICO É DESCOBERTO POR ACASO PELO HUBBLE | SPACE TODAY TV EP.1687

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Às vezes surpresas acontecem na astronomia, e alguma descoberta importante, pode surgir meio que por acaso.

E isso aconteceu recentemente, e o protagonista dessa história, foi ele, o Telescópio Espacial Hubble.

Os astrônomos estavam usando o Hubble para estudar um aglomerado globular de estrelas chamado de NGC 6752.

Estavam estudando estrelas anãs brancas existentes nesse aglomerado e que são muito importantes para, por exemplo, estimar a idade do aglomerado.

Numa parte meio periférica da imagem feita com a Advanced Camera for Surveys do hubble, os pesquisadores notaram a presença de uma coleção compacta de estrelas que logo chamou a atenção.

Os astrônomos então fizeram análises de brilho e temperatura dessas estrelas e descobriram que elas não pertenciam ao aglomerado que estava sendo estudado.

Elas estavam na verdade a milhões de anos-luz mais distante da nossa galáxia.

Os astrônomos haviam acabado de descobrir uma nova galáxia.

Na verdade uma galáxia de um tipo muito raro, classificada como sendo uma galáxia anã anã esferoidal.

Essa galáxia na sua maior extensão mede 3000 anos-luz de comprimento e está localizada a 30 milhões de anos-luz de distância da Terra.

Esse tipo de galáxia é muito pequeno, tem baixa luminosidade, não tem poeira e em estrelas muito velhas.

Até o momento 36 galáxias desse tipo haviam sido descobertas, seno que 22 delas são galáxias satélites da Via Láctea.

E é isso que torna essa descoberta especial, além de ser um tipo raro de galáxia que foi descoberta, essa galáxia está distante, e está isolada, ou seja, não tem nenhuma grande galáxia tão perto dela, e a sua idade calculada é de 13 bilhões de anos.

Ou seja, ela é isolada e tem quase a idade do universo, o que faz com que os astrônomos chamem ela de um verdadeiro fóssil astronômico do universo primordial.

A galáxia foi batizada pelos astrônomos de Bedin 1.

São poucas as imagens do Hubble que permitem uma descoberta assim por acaso como essa, mas no futuro com telescópios espaciais com campo de visão muito maior, como o WFIRST, por exemplo, pode ser que esse tipo de descoberta seja mais frequente.

Como eu sempre digo o hubble tem muita lenha para queimar ainda.

#Hubble #FóssilCósmico

Fonte:

https://www.spacetelescope.org/news/heic1903/?lang

Artigo:

https://www.spacetelescope.org/static/archives/releases/science_papers/heic1903/heic1903a.pdf

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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