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Como eu sempre falei para vocês, o último ano da missão Cassini gerou dados que serão estudados por décadas ainda.
Tudo isso, para podermos entender da melhor forma possível um dos planetas mais interessantes do Sistema Solar, Saturno.
Durante o último ano da missão, a sonda fez órbitas específicas para estudar os anéis de Saturno e depois fez a parte conhecida como Grand Finale da missão, onde passou muito perto dos anéis novamente.
E ao fazer isso, os dados adquiridos pelos seus instrumentos estão revelando segredos impressionantes, sobre os anéis e os satélites de Saturno.
Saturno possui pequenos satélites que navegam dentro de seus anéis e esses possuem um papel fundamental em esculpir feições e alterar características dos anéis.
Como planetas nos seus discos protoplanetários que vão se formando, limpando suas órbitas e se transformando, os satélites mergulhados nos anéis do planeta fazem a mesma coisa.
As novas análises mostram como os satélites esculpem os anéis do planeta, e resolvem antigas questões, como por exemplo, o fato de que realmente as características observadas são causadas por esses satélites, e não por fatores externos como cometas, por exemplo.
Porém, algumas coisas ainda não foram resolvidas, determinadas texturas dos anéis aparecem bem marcadas formando cinturões com distintas texturas e que não estão conectados, mas por que isso ocorre, ainda é uma grande dúvida.
Isso mostra a complexidade da dinâmica das partículas nos anéis.
Além de fazer um estudo estrutural dos anéis, esses últimos dados da Cassini também foram usados para uma análise química mais detalhada.
Usando o espectrômetro visível e infravermelho da Cassini, os pesquisadores detectaram uma fraca banda de gelo de água na parte mais externa do Anel A, um anel intermediário e o primeiro a ser descoberto em Saturno.
Alem disso os novos mapas espectrais dos anéis não detectaram gelo de am6onia, nem metano e nem compostos orgânicos nos anéis, o que é surpreendente pois a própria Cassini já havia detectado material org6anico fluindo do Anel D, o mais interno para a atmosfera de Saturno.
Ou seja, alguns anéis tem água, outros têm compostos orgânicos, outros amônia e metano.
Os anéis de Saturno apresentam distintas características estruturais que podem ser causadas pela distinta composição química deles, por isso alguns apresentam satélites escultores, outros apresentam cinturões com texturas diferentes e assim por diante.
Para os pesquisadores, estudar os anéis de Saturno é uma maneira análoga de se estudar os processos que aconteceram no início da formação do formação do Sistema Solar, como os planetas se formaram e como as coisas se diferenciavam no disco protoplanetário.
E, ainda não acabou, os pesquisadores falaram que ainda existem muitos dados para serem analisados e estudados e agora eles vão focar na modelagem da evolução dos anéis.
Vamos aguardar, daqui a pouco teremos mais resultados da Cassini para trazer para vocês.
#Saturno #Cassini
Fontes:
https://www.nasa.gov/feature/jpl/nasas-cassini-reveals-new-sculpting-in-saturn-rings`
https://science.sciencemag.org/content/sci/364/6445/eaau1017.full.pdf `
