Procurar exoplanetas já sabemos que não é uma tarefa fácil.
A quantidade de dados é enorme, a quantidade dos chamados falsos positivos também é muito grande, ruídos e artefatos, tudo, pode atrapalhar a busca por exoplanetas.
Quando falamos de exoplanetas parecidos com a Terra, essa dificuldade aumenta e muito, devido, principalmente ao tamanho.
Embora a técnica do trânsito seja a técnica mais conhecida, muito devido a toda divulgação dos resultados do telescópio espacial Kepler, existem muitas outras técnicas utilizadas na busca por exoplanetas.
Conhecemos bem a velocidade radial também.
E tem uma que já trouxe aqui no canal algumas vezes, e que pode ser a grande técnica para procurar por esses exoplanetas parecidos com a Terra.
Ela se chama microlente gravitacional.
Essa técnica usa o mesmo princípio básico da lente gravitacional, ou seja, um objeto com uma certa massa interferindo na luz proveniente de um objeto mais distante.
No caso da busca por exoplanetas, isso acontece também, e se uma estrela tem um planeta na sua órbita a curva gerada devido ao efeito de lente gravitacional é característico e pode ser estudado.
Para que aumente a chance de você ter esse alinhamento, os astrônomos costumam usar esse método em regiões do céu com uma grande densidade de estrelas, como o caso do centro da Via Láctea.
Só que isso causa problemas também na detecção de exoplanetas e escolher os parâmetros que serão utilizados é de suma importância, além de se ter um método inteligente para fazer essa busca.
Parta tentar resolver esse problema, astrônomos da UFRN, o Leandro de Almeida e seu orientador o José Dias do Nascimento, desenvolveram uma nova técnica para realizar essa caçada de exoplanetas usando microlentes gravitacionais.
Eles já testaram a técnica em base de dados já conhecidas como a OGLE e a MOA e encontraram exoplanetas inéditos.
Mas a técnica será realmente aplicada no próximo grande telescópio espacial da NASA, depois do James Webb, o chamado WFIRST.
Esse telescópio espacial utilizará a técnica da microlente gravitacional para buscar exoplanetas, e a técnica desenvolvida pelos astrônomos brasileiro poderá ser a responsável pela descobertas dos primeiros exoplanetas da missão WFIRST.
Lembrando estamos falando de exoplanetas parecidos com a Terra em estrelas parecidas com o Sol, ou seja, uma situação complicada para que os exoplanetas sejam descobertos.
Essa técnica desenvolvida pelos brasileiros poderá acelerar a descoberta de exoplanetas e quem sabe podemos chegar mais perto da descoberta de um exoplaneta irmão da Terra.
Vamos aguardar e parabenizar mais uma vez uma equipe de brasileiros que está fazendo um trabalho de ponta.
O trabalho deles foi publicado hoje no periódico The Astronomical Journal.
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