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SuperVazio – Astrônomos Encontram Um Grande Buraco No Universo

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Uma equipe internacional de astrônomos liderada pelo Dr. Istvan Szapudi do Instituto de Astronomia da Universidade do Havaí descobriu um grande supervazio – uma vasta região com cerca de 1.8 bilhões de anos-luz de diâmetro onde a densidade das galáxias é muito menor do que a densidade normal conhecida no universo – na direção de uma área anomalamente fria no céu conhecida como Ponto Frio.

O Ponto Frio (não é a loja não, mas se quiserem patrocinar estamos aí…) foi descoberto em 2004 por cientistas que examinavam um mapa da chamada radiação de micro-ondas cósmica de fundo, ou a CMB. A física ao redor da teoria do Big Bang prevê pontos mais quentes e mais frios de vários tamanhos no universo inicial, mas um ponto desse tamanho e tão frio assim não era esperado.

Agora, o Dr. Istvan Szapudi e seus colegas dos EUA, Hungria, Espanha, Itália e Reino Unido, podem ter encontrado uma explicação para a existência do Ponto Frio, que eles dizem ser a maior estrutura individual já encontrada no universo.

“Se o Ponto Frio se originou do próprio Big Bang, ele poderia ser um raro sinal da exótica física que a cosmologia padrão não explica”, disseram os cientistas.

“Se, contudo, ele foi causado por uma estrutura localizada entre a Terra e o CMB, ele seria um sinal de que existe uma estrutura rara e extremamente grande na distribuição de massa do universo”.

Usando dados coletados pelo satélite Wide Field Survey Explorer da NASA e pelo telescópio Pan-STARRS1 em Terra, os astrônomos detectaram um enorme “buraco”, ou supervazio, alinhado com o Ponto Frio.

O supervazio localiza-se na constelação de Eridanus, a aproximadamente 3 bilhões de anos-luz de distância da Terra.

“Passear pelo supervazio pode levar milhões de anos, mesmo na velocidade da luz, assim esse efeito medido, conhecido como efeito Sachs-Wolfe Integrado, poderia fornecer a primeira explicação de uma das mais significantes anomalias encontradas no CMB, identificada primeiro pela sonda Wilkinson Microwave Anisotropy Probe da NASA e mais recentemente pelo satélite Planck da ESA”, disseram os cientistas, que relataram suas descobertas no Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

“Embora a existência do supervazio e seu efeito esperado no CMB não explique ainda totalmente o Ponto Frio, é pouco provável que a presença do supervazio e do Ponto Frio no mesmo local seja uma coincidência”.

O Dr. Istvan Szapudi e os co-autores planejam continuar seus trabalhos usando os novos dados do telescópio Pan-STARRS1 e do Dark Energy Survey, sendo conduzido com telescópios baseados em Terra  para estudar o Ponto Frio e o supervazio, bem como outro grande vazio localizado na constelação de Draco.

Fonte:

http://www.sci-news.com/astronomy/science-supervoid-hole-universe-cold-spot-02715.html

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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