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Plutão e Caronte Em Cores Falsas Antes da Máxima Aproximação da New Horizons

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A sonda New Horizons obteve imagens impressionantes de Plutão e de sua maior lua Caronte que destacam sua diversidade composicional. Essas não são as cores verdadeiras de Plutão e Caronte – elas são mostradas aqui em cores exageradas que tornam fácil notar as diferenças no material superficial e nas feições de cada corpo planetário.

As imagens foram obtidas usando três filtros coloridos do instrumento Ralph no dia 13 de Julho de 2015, às 4:38 hora de Brasília. A sonda New Horizons tem sete instrumentos científicos a bordo – incluindo o Ralph, o Alice, que são denominados em homenagem a um seriado de sucesso nos EUA, chamado Honeymooners.

“Essas imagens mostram que Plutão e Caronte são mundos verdadeiramente complexos. Tem muita coisa acontecendo ali”, disse o co-pesquiador da New Horizons, Will Grundy, no Observatório Lowell em Flagstaff, no Arizona. “Nossa equipe que analisa a composição superficial está trabalhando o mais rápido possível para que nós possamos identificar as substâncias nas diferentes regiões de Plutão e revelar o processo que as colocou onde elas estão”.

Os dados coloridos ajudam os cientistas a entenderem a composição molecular dos gelos nas superfícies de Plutão e Caronte, bem como a idade geológica das feições como as crateras. Eles podem nos dizer sobre as mudanças superficiais causadas pelo clima espacial, como a influência da radiação.

As novas imagens coloridas revelam que o “coração” de Plutão consiste na verdade de duas regiões distintas. Na imagem de cor falsa, o coração consiste de um lobo oeste como se fosse um cone de sorvete que aparece numa cor de pêssego nessa imagem. A área derretida, na direita (leste) aparece azulada. Uma banda de latitude intermediária aparece em tons que variam de um azul pálido para um vermelho. Mesmo dentro da calota polar norte, na parte superior da imagem, várias tonalidades de amarelo e laranja, indicam sutis diferenças composicionais.

A superfície de Caronte foi observada usando o mesmo exagero nas cores. O vermelho na calota polar norte escura de Caronte é atribuído ao hidrocarbono e outras moléculas, uma classe de compostos químicos chamados de tolinas. As cores manchadas nas latitudes inferiores apontam para uma diversidade de terrenos em Caronte.

“Nós fizemos essas imagens coloridas para destacar a variedade de ambientes superficiais presentes no sistema de Plutão”, disse Dennis Reuter, co-pesquisador da Equipe de Composição da New Horizons. “Elas nos mostram de maneira intuitiva que temos muito ainda para aprender dos dados que estão chegando”.

Devido aos 5 bilhões de quilômetros que separam a Terra de Plutão, os dados levam 4.5 horas para chegar até aqui, mesmo na velocidade da luz. Levarão 16 meses para que todos os dados científicos da New Horizons sejam recebidos, e esses tesouros certamente serão estudados por décadas.

Às 8:50 hora de Brasília, do dia 14 de Julho de 2015, a sonda New Horizons passou por Plutão, a uma velocidade de 49600 km/h, com um conjunto de sete instrumentos científicos. Com planejado a New Horizons ficou incomunicável com a Terra durante sua passagem pelo sistema Plutão-Caronte, totalmente ocupada adquirindo dados. A equipe da New Horizons terá um alívio quando a sonda ligar para casa, o que está previsto acontecer, às 22:02, hora de Brasília, do dia 14 de Julho de 2015. A missão ao planeta anão congelado completa o reconhecimento inicial do Sistema Solar.

Mantenha contato com tudo que acontece com a New Horizons usando a hashtag #PlutoFlyby e no Facebook, em: https://www.facebook.com/new.horizons1

Eu, e toda a turma do Astronomia Ao Vivo estaremos acompanhando a conferência de imprensa a partir das 21:30 hora de Brasília, conversando sobre a missão e esperando ansiosamente as imagens detalhadas da superfície de Plutão.

Venham todos assistir com a gente mas essa transmissão histórica:

Fonte:

http://www.nasa.gov/image-feature/pluto-and-charon-shine-in-false-color

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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