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Missões da NASA Observam Detalhes Surpreendentes do Sistema Estelar Eta Carinae

observatory_150105Eta Carinae, é um sistema estelar binário, que contém a mais luminosa e massiva estrela num raio de 10000 anos-luz de distância do Sol. Um estudo de longo prazo liderado pelos astrônomos no Goddard Space Flight Center da NASA em Greenbelt, Maryland, combina os dados dos satélites da NASA, com campanhas de observação feitas da Terra e modelos teóricos para produzir a mais compreensiva imagem de Eta Carinae até o momento. As novas descobertas, incluem,  imagens do Telescópio Espacial Hubble que mostram conchas de gás ionizado com década de vida saindo da mais estrela a uma velocidade de um milhão de milhas por hora, e novos modelos que revelam feições nunca antes observadas das interações da estrela.

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Localizada a cerca de 7500 anos-luz de distância, na direção da constelação do hemisfério sul do céu, de Carina, a Eta Carinae é composta de duas estrelas massivas que possuem órbitas concêntricas, fazendo com que as estrelas fiquem bem próximas uma da outra a cada 5.5 anos. Ambas as estrelas produzem fluxos gasosos poderosos chamados de ventos estelares, que encobrem as estrelas e dificultam a medida direta de suas propriedades. Os astrônomos têm estabelecido que a estrela primária, maior e mais fria tem cerca de 90 vezes a massa do Sol e um brilho 5 milhões de vezes maior. Enquanto que as propriedade da estrela companheira, menor e mais quente são contestadas. Ted Gull do Goddard e seus colegas acreditam que a estrela tem cerca de 30 vezes a massa do Sol e emite um milhão de vezes mais luz que o Sol.

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No ponto de maior aproximação entre as duas estrelas, o periastro, elas ficam a cerca de 225 milhões de quilômetros de distância, ou cerca da distância média entre Marte e o Sol. Os astrônomos observam dramáticas mudanças no sistema, durante os meses que ocorrem antes e depois do periastro. Entre essas mudanças, pode-se citar, flares de raios-X, seguidas por um repentino declínio e eventual recuperação da emissão de raios-X, o desaparecimento e o surgimento de estruturas perto das estrelas, detectadas em comprimentos de onda específicos da luz visível, e até mesmo um jogo de luz e sombra, à medida que a estrela menor orbita a estrela primária.

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Durante os últimos 11 anos, ocorreram 3 passagens pelo periastro, o grupo do Goddard desenvolveu um modelo com base na rotina de observações das estrelas usando telescópios em Terra e múltiplos satélites da NASA. De acordo com esse modelo, a interação dos dois ventos estelares é o fator responsável por muitas das mudanças periódicas observadas no sistema. Os ventos de cada estrela possuem propriedades bem diferentes: espessos e lentos para a estrela primária, rápidos e finos para a companheira mais quente. O vento da estrela primária, sopra a uma velocidade aproximada de 1 milhão de milha por hora, e é especialmente denso, carregando a massa equivalente do nosso Sol a cada mil anos. Em contraste, o vento da estrela companheira carrega 100 vezes menos material do que o da estrela primária, mas esse material é expelido a uma velocidade 6 vezes mais rápida.

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Fonte:

http://svs.gsfc.nasa.gov/cgi-bin/details.cgi?aid=11725

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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