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Eta Carinae E O Mistério Das Estrelas Que Não Querem Morrer – Space Today TV Ep.1394

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As estrelas muito passivas terminam suas vidas em expulsões de supernovas, e posteriormente o que resta dessa explosão pode se transformar numa estrela de nêutrons ou em um buraco negro dependendo da massa.

Porém, existem estrelas massivas que se negam a morrer, os astrônomos registram explosões nelas, mas aparentemente essas explosões não são suficientemente energéticas para destruir a estrela e elas continuam ali.

Entre essas estrelas, existe uma muito famosa, a Eta Carinae.

A cerca de 170 anos atrás os astrônomos testemunharam uma grande explosão nela, uma explosão que liberou energia quase que equivalente a de uma supernova, mas a estrela depois disso continuava lá.

Como eu falo sempre foi preciso o tempo passar, a tecnologia evoluir para que agora os astrônomos pudessem cogitar uma resposta para o fato da Eta Carinae não ter morrido.

Com os equipamentos modernos, os astrônomos conseguiram estudar os ecos de luz, remanescentes das explosões que a Eta Carinae sofreu e conseguiram calcular a velocidade da onda de choque desses ecos de luz.

Eles detectaram velocidades extremamente altas e com essas observações puderam então traçar a história do que pode estar acontecendo com a Eta Carinae e com outras estrelas que insistem em não morrer.

A primeira tentativa de explicar o que aconteceu com Eta Carinae foi através da fusão de duas estrelas.

Mas esse modelo falhou e não se ajustou a todos os dados.

Então montaram um modelo mais complexo com a interação de 3 estrelas, ou seja, o sistema de Eta Carinae hoje que tem duas estrelas pode ter começado com 3.

No cenário proposto, você tem duas estrelas orbitando uma muito próxima da outra e uma terceira estrela mais distante.

Quando a estrela mais massiva das duas mais próximas chega no fim da sua vida ela começa a expandir e o seu material começa a “cair”na estrela menor.

AS camadas externas dela se foram e só restou exposto o seu núcleo quente de hélio.

Com isso todo o equilíbrio do sistema é afetado, o núcleo de hélio exposto migra para a parte mais externa do sistema e troca de posição com a estrela mais externa.

A estrela mais externa que estava lá quietinha, mergulha para dentro do sistema, interage com a estrela massiva que roubou material da sua companheira no início do processo e cria um disco de material ao redor da estrela gigante.

A estrela que era a mais externa do sistema triplo então se funde com a estrela mais massiva e nesse processo ocorre um evento explosivo que forma lobos bipolares de material ejetado da estrela.

O núcleo exposto de hélio que ainda é uma estrela, entra numa órbita alongada ao redor da nova estrela do sistema, e no caso de Eta Carinae, a cada 5 anos e meio ela passa no envelope de gás ao redor da estrela maior e isso gera ondas de choque que são registradas aqui na Terra em raios-X.

É um cenário bem complexo, mas é esse o cenário que explica todos os dados registrados do sistema de Eta Carinae e isso que mantém a estrela viva.

Esse estudo é fundamental para o entendimento da evolução e da morte das estrelas missivas.

Fonte:

http://hubblesite.org/news_release/news/2018-33

Artigos:

http://imgsrc.hubblesite.org/hvi/uploads/science_paper/file_attachment/339/Eta_Carinae_paper_7-2-18.pdf

http://imgsrc.hubblesite.org/hvi/uploads/science_paper/file_attachment/340/comet.pdf

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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