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Em Semana de Star Wars Hubble Registra o Despertar da Força de Uma Estrela

A cosmic lightsabre

O Telescópio Espacial Hubble das agências espaciais, NASA e ESA lançou uma imagem que lembra muito um sabre de luz, só que esse é cósmico. O momento não podia ser melhor, coincidindo com a semana de lançamento do filme Star Wars 7 – O Despertar da Força. No centro da imagem, parcialmente obscurecida por um manto escuro de poeira, uma estrela adolescente atira jatos gêmeos no espaço, demonstrando o poder das forças no universo.

O sabre de luz cósmico localiza-se não numa galáxia, muito, muito distante, mas sim dentro da própria Via Láctea. Mais precisamente, ele reside dentro de um pedaço turbulento do espaço conhecido como complexo de nuvem molecular Orion B, que está localizado a apenas 1350 anos-luz de distância da Terra na constelação de Orion.

Lembrando muito o sabre de luz duplo usado por Darth Maul no Episódio I de Star Wars, o espetacular jato gêmeo de material cruzando a imagem incrível, está sendo emitido de uma estrela recém-formada que está obscurecida da visão, coberta por uma gás e poeira.

Quando as estrelas se formam dentro das gigantescas nuvens gasosas, parte do material ao redor colapsa formando um disco em rotação que circula a estrela que acabou de nascer, conhecida como protoestrelas. Esse disco é onde, por exemplo, um potencial sistema planetário pode se formar. Contudo nesse estágio inicial, a estrela está cheia de apetite. O gás do disco cai na protoestrela como uma chuva, e assim, a estrela desperta e os jatos do gás energizado a partir dos seus polos são expelidos em direções opostas.

HH 24 (ground-based view)

A “Força” é intensa com esses jatos gêmeos, seu efeito no ambiente demonstra o verdadeiro poder do “Lado Escuro”, com uma explosão mais violenta do que toda a frota armada e o poder operacional de batalha da Estrela da Morte. À medida que eles se afastam em alta velocidade, frentes de choque supersônico se desenvolvem ao longo dos jatos e o calor do gás ao redor chega a milhares de graus.

Além disso, à medida que os jatos colidem com o gás ao redor e com a poeira, e limpa vastas regiões do espaço, eles criam ondas de choques curvas. Essas ondas de choque são as marcas dos Objetos Herbig-Haro (HH), aglomerados de nebulosidade, contorcidos. O proeminente Objeto Herbig-Haro, mostrado na imagem é o HH 24.

Logo à direita da estrela, um par de pontos brilhantes de luz podem ser vistos. Esses pontos são estrelas jovens mostrando seus próprios sabres de luz porém fracos. Uma fonte camuflada, escondida, somente detectável em ondas de rádio, criou um túnel através da nuvem escura na parte superior esquerda da imagem, com um fluxo mais largo, lembrando o “o raio da força”.

Todos esses jatos, fazem do HH 24, a concentração mais densa de jatos HH conhecida em uma pequena região. Metade dos jatos HH que foram registrados nessa região foram registrados na luz visível, e aproximadamente o mesmo número na luz infravermelha. As observações do Hubble para essa imagem foram realizadas na luz infravermelha, que permite que o telescópio possa espiar através do gás e da poeira que protege as estrelas recém-nascidas e capture uma clara visão dos objetos HH que os astrônomos estão procurando.

Fonte:

http://spacetelescope.org/news/heic1526/

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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