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Conhecendo a Lua: O Movimento de Libração Lunar

O que é movimento de libração lunar?

O movimento de Libração se deve ao não perfeito sincronismo do movimento de rotação e revolução da Lua que permite observarmos em torno de 9 % da face lunar (a zona limítrofe da face oculta) oposta a Terra, a qual é invisível quando observamos a Lua de nossa posição na Terra.

A libração acontece devido ao deslocamento (oscilação), real ou aparente, dos eixos lunares em relação às suas posições médias. Conseqüentemente este ”cambalear” da Lua nos permite ver 59% de sua superfície em determinados momentos. Estes momentos de libração máxima que se alternam entre Libração Norte, Sul, Leste e Oeste, seja em latitude seja em longitude, nos oferece uma interessante oportunidade para fazer observações e imagens dessas regiões lunares ainda desconhecidas para a maioria de nós.

Existem 3 tipos de librações: libração em longitude, libração em latitude e libração diária..

Libração em latitude – É efeito da inclinação do plano da órbita lunar relativamente ao plano da órbita terrestre.

Libração em longitude – É efeito da velocidade de rotação constante da Lua e da velocidade variável da sua revolução. A libração em longitude permite ver as zonas limítrofes Este e Oeste da Face Oculta.

Libração física – Verdadeiro balançar do eixo de rotação da Lua. Está limitada a alguns minutos de arco e é devida às variações da atração terrestre, tendo ainda em conta a heterogeneidade do interior da Lua.

Libração Este (Leste) – A libração da lua revela parte de sua superfície da borda oriental que esta voltada para a terra.

Libração Oeste – A Libração da lua revela parte de sua superfície da borda ocidental que está voltada para terra.

Libração Norte – A lua revela parte de sua superfície da borda norte que está voltada para a terra.

Libração Sul – A Lua revela parte de sua superfície da borda meridional que está voltada para a terra.

No caso das fotos anexas temos uma libração em longitude que nos permitiria visualizar uma maior parte da borda oriental (leste) se o sol já não tivesse se posto neste local.

Eu procurei destacar nas fotos a cratera Eimmart e com uma seta amarela a pequena cratera Eimmart A que situa-se exatamente atrás de Eimmart. Observem como na foto do dia 13 de julho, apenas uma pequena borda de Eimmart A é visível. Já na foto do dia 8 de novembro a porção visível de Eimmart A é perceptivelmente maior.

Isto nos prova que ocorreu um movimento de libração em longitude já que estamos tratando de crateras que situam-se na borda leste lunar.

Fonte: Guia de Observação Lunar – Rosely Gregio – REA/Brasil

Adaptação e complementação de texto: Avani Soares

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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