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Conhecendo a Lua: A Luz Cinérea ou Earthshine

“O fenômeno da Luz Cinérea ou Earthshine é a possibilidade de se observar a parte escura da Lua iluminada de modo tênue. Este é um fenômeno observável nos dias que precedem e sucedem imediatamente a fase da Lua Nova, após o quarto minguante e antes do quarto crescente.

Este fenômeno se deve ao fato de a Terra, como todos os corpos celestes iluminados por estrelas, refletir uma porcentagem de luz recebida de volta ao espaço. Esta luz refletida pela Terra acaba por iluminar a parte da Lua que está voltada para a Terra.”

Esta é uma área de estudo que foi abandonada por muitos observadores e, é uma das principais fontes de fenômenos lunares passageiros (TLP) que vem sendo informados por séculos.

O relato mais excepcional aconteceu na lua crescente de 26 de novembro de 1540. Uma xilogravura da Lua crescente feita em Worms, na Alemanha, mostra uma estrela entre os olhos do homem na Lua. Este evento foi extremamente luminoso e observado a olho desnudo. Este um único entre dúzias de exemplos de luzes como estrela e outras iluminações incomuns que foram testemunhadas na região do earthshine. Igualmente, nos tempos mais atuais observadores informaram estarem vendo a cratera Aristarchus iluminada no earthshine sem ajuda óptica.

Um estudo realizado no hemisfério norte por David O. Darling sobre a região do earthshine, mostrou que certos períodos do ano são mais favoráveis para observação que outros. Isto é aparente quando você vê a lua crescente alta no oeste em sua inclinação mais boreal. Se a Lua está no sudoeste é muito difícil de ter uma boa visão do earthshine devido a extinção atmosférica. Obstruções no horizonte podem dificultar um programa próspero também ao longo do horizonte.

Quando se começa um estudo do earthshine da Lua fica aparente que precisamos de um valor standard (padrão) para estimar a sua intensidade de brilho, semelhante ao que é usado durante o eclipse total da Lua. Dessa forma, David O. Darling estabeleceu uma escala com alcance de 0 a 5, com o earthshine mais escuro em 0 e o mais luminoso em 5. Nesta página (http://www.rea-brasil.org/lunar/escala_earthshine.pdf) você encontra a escala de David O. Darling e na foto acima obtida pelo astrônomo e astrofotógrafo amador Rafael Compassi você tem uma ideia brilhante do fenômeno que estamos tratando.

Foto: Rafael Silveira Compassi, Eimer Sternen Observatory, Presidente Lucena, RS, Brazil

Telescópio Newton GSO 12″ f/5 , Montagem Germânica artesanal Darío Pires

Camera: Canon EOS 1000D -Rebel XS

Software: Adobe PhotoShop CS6 e Registax 6

Fonte: REA/Brasil

Texto e adaptação: Avani Soares

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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