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Cientistas Descobrem Nuvem de Poeira Permanente Ao Redor da Lua

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De acordo com uma equipe de cientistas liderada pelo Prof. Mihaly Horany da Universidade do Colorado em Boulder, a Lua está mergulhada numa permanente porém assimétrica nuvem de poeira que aumenta em densidade durante as chuvas de meteoros anuais.

A nuvem lunar foi descoberta usando dados da sonda Lunar Atmosphere and Dust Environmente Explorer (LADEE) da NASA. Ela é feita primariamente de pequenos grãos de poeira emitidos da superfície da Lua pelo impacto de alta velocidade de partículas de poeira interplanetárias.

“Uma única partícula de um cometa atingindo a superfície da Lua consegue levantar milhares de partículas menores de poeira num ambiente sem ar, e nuvem lunar se mantém pelo impacto regular de partículas”, explica o Prof. Horanyi, que é o primeiro autor de um artigo publicado na revista Nature de 17 de Junho de 2015 e que relata tal descoberta.

As primeiras pistas da nuvem lunar vieram à tona no final dos anos de 1960 quando as câmeras da NASA a bordo de módulos não tripulados capturaram um brilho intenso durante o pôr-do-Sol lunar.

Alguns anos depois, os astronautas da Apollo 15 e 17 reportaram um brilho significante acima da superfície da Lua quando o nascer do Sol se aproximava, um fenômeno que era mais brilhantes do que quando o Sol sozinho iluminava uma determinada região.

“Como as novas descobertas não se enquadram com os relatos da Apollo de uma nuvem de poeira mais espessa e mais alta, as condições podem ser um pouco diferentes”, disse o Prof. Horanyi.

Os cientistas também descobriram que a densidade da nuvem lunar aumentava durante a chuva anual de meteoros, especialmente os Geminídeos, pois a superfície lunar fica exposta ao mesmo fluxo de partículas de poeira interplanetárias.

“Muitas das partículas de cometas impactando a superfície lunar estão viajando a milhares de quilômetros por hora, em uma órbita retrógrada ao redor do Sol. Isso causa uma colisão de alta velocidade praticamente de frente da superfície da Lua com as partículas, à medida que o sistema Terra-Lua viaja integrado ao redor do Sol”, explicou o Prof. Horanyi.

“A chuva de meteoro dos Geminídeos ocorre em Dezembro quando a Terra passa pela nuvem de detritos deixada pelo objeto Phaeton, que os astrônomos descrevem como sendo um objeto entre um asteroide e um cometa”.

“Quando esses feixes de luz que nós observamos na Terra como meteoros atingem a Lua no momento certo e no lugar certo, nós podemos ver a densidade da nuvem acima da Lua aumentar rapidamente por alguns dias”.

Fonte:

http://www.sci-news.com/space/science-dust-cloud-moon-02924.html

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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