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As Imagens Mais Recentes de Ceres Feitas Pela Sonda Dawn da NASA

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Você acha que o planeta anão Ceres só tem de interessante os já super famosos pontos brilhantes? Se sim, está enganado. Nes post trago as últimas imagens de Ceres que estão disponíveis para download no site oficial da missão. Essas últimas 4 imagens foram feitas entre os dia 4 e 7 de Maio de 2015, com a sonda Dawn, da NASA a uma distância de 13600 quilômetros da superfície do planeta anão, e revelam outras características interessantes desse mundo ainda misterioso.

Na primeira imagem feita no dia 4 de Maio de 2015, pode-se ver na parte central do disco de Ceres uma grande cratera, quase fantasma, ou seja, sem uma borda nítida, borda essa que já foi apagada por intemperismo espacial, ou pela presença de outras crateras, como fica nítido na parte inferior. Porém, isso não é lá uma grande novidade já que na Lua podemos observar várias crateras fantasmas com as mesmas características. Mas o que chama a atenção é que na parte superior esquerda dessa grande cratera, pode-se observar uma região mais clara, parecendo que nesse ponto o terreno foi mais desgastado revelando assim, uma parte da subsuperfície ainda fresca e livre do intemperismo espacial. Essa mesma característica pode ser observada numa cratera menor, localizada na parte inferior do disco de Ceres. Essa cratera menor, parece ter toda a sua borda desgastada por algum tipo de fenômeno. A resposta definitiva para esse tipo de observação só vira com o tempo e com a maior aproximação da sonda Dawn.

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A segunda imagem que apresento aqui, já mostra de forma bem destacada os famosos pontos brancos dentro de uma das crateras de Ceres. Esses pontos que no começo pensava-se que eram somente dois, agora já são vistos como um complexo de pontos e manchas. Essa imagem é muito interessante, pois devido ao ângulo de iluminação, o disco de Ceres aparece mais claro, ressaltando nele algumas falhas e fraturas, e os pontos brancos e brilhantes se destacam melhor ainda na superfície.

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A terceira imagem apresentada, mostra uma característica interessantes desses objetos que vivem no Cinturão de Asteroides, apontando para nós que essa é uma região muito violenta e conturbada do Sistema Solar. Nessa imagem pode-se ver uma verdadeira coleção de crateras das mais diversas formas e tamanho. E o que chama a atenção são três crateras quase que coladas e um pouco sobrepostas, observadas logo abaixo do centro do disco de Ceres. Da mesma maneira que em Vesta, a sonda Dawn registou a famosa feição denominada Boneco de Neve, Ceres, parece ter esse mesmo tipo de feição. Obviamente que a presença de crateras sobrepostas não é uma coincidência mística ou algo do tipo, simplesmente nos diz que no Cinturão de Asteroides temos inúmeras colisões de objetos menores com objetos maiores e que podem levar à formação das mais distintas combinações de crateras e feições já observadas.

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A última imagem que eu gostaria de trazer para vocês, é a mais recente feita no dia 7 de Maio de 2015 e mostra características distintas do disco de Ceres e de como esse pequeno mundo é algo misterioso. Pode-se notar claramente nessa imagem que a porção mais à direita do disco de Ceres apresenta um terreno muito mais trabalhano, não pela presença de crateras, mas sim pela presença de feições semelhantes a falhas e fraturas observadas em outros corpos do Sistema Solar. Além disso na parte inferior direita do disco, pode-se observar uma cratera muito maior do que as outras, quase que uma bacia, com uma parede muito íngreme e bem marcada na sua parte superior direita. Além disso, na parte superior esquerda do disco de Ceres, podemos ver a mesma cratera desgastada observada na primeira imagem desse post, só que agora com outro ângulo de visão e nesse caso pode-se observar que o material mais claro, forma quase que um halo ao redor da cratera, e que o seu interior também possui esse tipo de material mais brilhante do que o material ao redor.

Todos nós estamos ansiosos para receber mais imagens de Ceres e principalmente para começarmos a entender de forma mais clara e específica e podermos assim escrever mais um capítulo nos livros sobre o nosso Sistema Solar, o bairro movimentado e cheio de surpresas que habitamos no universo.

Fonte:

http://dawn.jpl.nasa.gov/multimedia/images/

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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