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A Beleza e os Mistérios do Aglomerado Globular NGC 3201

Essa imagem feita pelo Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA revela um aglomerado globular de estrelas brilhante e antigo, conhecido como NGC 3201. Um aglomerado globular de estrelas é um objeto onde centenas de milhares de estrelas estão juntas, unidas pela gravidade. O NGC 3201, foi descoberto no ano de 1826 pelo astrônomo escocês James Dunlop, que o descreveu como um objeto “muito brilhante e muito bonito, que se torna irregular”, em direção ao seu centro.

Os aglomerados globulares são encontrados ao redor de todas as grandes galáxias, mas sua origem e o papel que eles têm na formação das galáxias ainda é algo não muito claro. Os astrônomos recentemente descobriram um buraco negro no coração do NGC 3201, sua posição foi revelada pelos estranhos movimentos de uma estrela que estava vagando rapidamente ao redor de um centro massivo e invisível. Esse brilhante grupo de estrelas também tem algumas propriedades estranhas, o que faz dele único entre os mais de 150 aglomerados globulares pertencentes à Via Láctea. O NGC 3201 tem uma velocidade extremamente rápida com relação ao Sol, e sua órbita é retrógrada, significando que ele se move rapidamente na direção oposta ao centro da galáxia, que ele orbita.

O comportamento incomum desse aglomerado sugere que possa ter uma origem extragaláctica, mas em algum ponto da sua história ele foi capturado pela gravidade da Via Láctea. Contudo, sua composição química, conta uma história diferente, as estrelas dentro do NGC 3201 são quimicamente muito semelhantes a outros aglomerados galácticos, implicando que eles se formaram numa local similar e ao mesmo tempo.

Se esse misterioso aglomerado foi adotado pela nossa galáxia ou se por alguma razão ele se desenvolveu de forma muito diferente do que uma família de aglomerados, de qualquer maneira faz com que ele seja um objeto astronômico de extrema beleza e que pode nos ensinar muito.

Fonte:

http://spacetelescope.org/images/potw1804a/

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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